FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA DE ESTUDOS AMAZÔNICOS
Séries 6º, 7º, 8º, 9º ANO
A
cultura está repleta de símbolos e significados, voltado para o
meio ambiente e social de cada ser humano sob o domínio de uma
estética que permanece na memória de um grupo social que determina
sua vida. Para Mello (2000), a cultura apresenta acepções próprias,
logo se pode analisar um grupo enfocando sua cultura subjetiva que
seria seus conjuntos de valores, conhecimentos e crenças, ou sua
cultura objetiva os hábitos, comportamentos, objetos de arte, todo o
conjunto da obra humana.
Loureiro (1995, p.
27) entende por “cultura amazônica aquela que tem sua origem ou
está influenciada em primeira instância, pela cultura do caboclo.”
Observa-se que a Cultura Amazônica esta repleta de símbolos
preservados na memória coletiva de homens, mulheres e crianças
ribeirinhas diante do olhar para a natureza que os cerca. A riqueza
oferecida pela cultura ribeirinha ocorre pela extensão dos rios e as
particularidades do meio onde foi socializado cada grupo, porém
oferece um rico arsenal de histórias locais com um olhar próprio.
Na
cultura amazônica predomina o imaginário presente na identidade
presente na cultura cabocla “como produto da acumulação de
experiências sociais e da criatividade dos seus habitantes”.
(LOUREIRO, 1995, p.55). Assim, através de sua história de vida, o
seu modo, a forma como convive permite o relato de experiência de
vida trazida por esses alunos – trabalhadores que desde muito cedo
ajudam suas famílias através de atividades como pesca, agricultura
e trabalho na roça.
Loureiro (1995,
p.56) entende que:
A Cultura Amazônica
onde predomina a motivação de origem rural ribeirinha é aquela na
qual melhor se expressam mais vivas se mantêm as manifestações
decorrentes de um imaginário unificador refletido nos mitos, na
expressão artística propriamente dita e na visualidade que
caracteriza suas produções de caráter utilitário – casas,
barcos.
O
mito é um elemento fundamental para compreender o processo da
cultura Amazônica uma vez que decorre de um imaginário que
materializa e dá vida própria a natureza diante do mundo físico
que já encontrou construído. Assim, a vida social identifica-se
numa linguagem poética presente no meio ambiente em que vivemos
anterior aos tempos históricos, que flui como a água.
As crianças
ribeirinhas são alunos que passam a viver com mais intensidade a
expressão da cultura local, pois reproduzem as narrativas orais
contadas pessoas da comunidade. As narrativas míticas se fazem
presentes no imaginário da criança refletindo o contexto com o meio
em que vive através da linguagem. Deste modo, é a linguagem que
caracteriza enquanto sujeito social. Nela, a criança interage com a
língua, cresce no seu aprendizado e penetra na escrita viva e real,
feita na história
(KRAMER, 1993).
Nas
comunidades ribeirinhas,
predomina a transmissão oralizada mantendo viva a relação entre a
floresta (mãe terra), o rio (água, o peixe) numa atitude de
sobrevivência da vida, de sua família e da comunidade em que vive.
O caboclo amazônico possui este olhar de ser humano que se destaca
pelo olhar e pelo ver diante do seu cotidiano. A própria
experiência mítica no contexto da cultura se relaciona pela
experiência representada nas experiências humanas, em que a própria
cultura amazônica legitima o mundo dos homens, expressas pela alma
nativa pela compreensão da vida e da natureza. Compreender a
Amazônia e a experiência humana nela acumulada é revelar o homem,
o amor, a morte, o trabalho e a natureza, ou seja, o seu próprio
imaginário.
Ora,
percebe-se que as crianças narram histórias que fazem parte do seu
cotidiano, contendo registro das narrativas escritas, marcas de
oralidade presente nos mitos e as lendas contadas pelo caboclo
amazônico e que são variantes de uma comunidade para outra.
Entende-se na afirmação de Walter Benjamin (1980, p.198) que “A
experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram
todos os narradores. E, entre as narrativas escritas, as melhores são
as que menos se distinguem das histórias orais contadas pelos
inúmeros narradores anônimos”.
Benjamin
(1980, p. 200) faz uma relação entre sujeito, linguagem, história,
mostrando a importância de trocar experiência e nossas histórias,
pois “o narrador é um homem que sabe dar conselhos, mas se dar
conselhos parece hoje algo de antiquado, é porque as experiências
estão deixando de ser comunicáveis. ’’ Assim, a cultura
proporciona contar histórias na roda, na rede, mantendo um registro
de experiências no mundo em que o cerca.
Benjamin (1980, p. 197-198)
afirma que:
(...)
a arte de narrar está em vias de extinção. São cada vez mais
raras as pessoas que sabem narrar devidamente. Quando se pede num
grupo que alguém narre alguma coisa, o embaraço se generaliza. É
como se estivéssemos privados de uma faculdade que parecia segura e
inalienável: a faculdade de intercambiar experiências.
É indispensável
rever o poder da narrativa, a fim de buscar de forma dinâmica e
criativa ao cotidiano escolar e educacional. É imprescindível, para
isso, investigar as práticas de educação que possibilitem analisar
a criança diante de sua palavra e de sua escuta em todas as
possibilidades, explorando diferentes linguagens culturais do
cotidiano ribeirinho. Desse modo, a narrativa compartilhada através
dos mitos, contos, enfim das histórias narradas e contadas pelos
seus pais deve ser estudada, estimulando o prazer de contar, ouvir,
ler, e criar novas histórias de forma estética bonita, ou seja,
bela.
Na proposta de
Adorno (2000) se estabelece uma educação voltada para Emancipação,
que é sempre simultaneamente vivenciada na educação dos valores
culturais, políticos e econômicos para que ocorra a aprendizagem na
Escola. Sendo assim, a Escola exige do educador uma postura que
esteja aberta para o desenvolvimento educacional através da cultura
inerente na comunidade Escolar. É, pois, interessante relacionar o
saber, nessa perspectiva de instrumento de relação professor –
aluno, à tarefa do educador para que ocorra a aprendizagem através
da cultura que o cerca. O caráter emancipa tório presente na
Educação necessita de ter um caráter consciente na proposta de
formação de educadores e educando na Escola.
OBJETIVOS
GERAIS DA DISCIPLINA DE ESTUDOS AMAZÔNICOS
Conhecer
o espaço amazônico a partir da perspectiva regional compreendendo
a relação dos homens;
Compreender
a dinâmica do processo produtivo dos ciclos extrativistas;
Compreender
a regionalização do espaço Geográfico como conseqüência da
participação política, social e econômica;
Compreender
as diversas formas de ocupação da região amazônica, levando em
consideração a política colonialista, e o principal papel da
Amazônia dentro desse contexto;
Conhecer
as relações sociais, econômicas, políticas e culturais da região
amazônica;
Entender
a política econômica da Amazônia, analisando seus processos
constituidores legais e ilegais;
Analisar
criticamente os principais problemas da Amazônia como região
exportadora de matéria-prima;
Correlacionar
os modos de produção do Espaço Amazônico: ontem e hoje;
Identificar
as principais atividades geradoras de produtos ou matérias-prima da
região;
Identificar
e relacionar os locais de transformação (agregação de valores
dos minerais);
Enumerar
as principais áreas de intensa atividade pecuarista na região;
Analisar
criticamente a problematização decorrente do acelerado processo de
devastação da Amazônia;
Refletir
sobre o papel da Amazônia na divisão internacional do trabalho.
COMPETÊNCIAS
DA 5ª /6º ANO
Refletir
sobre a relação dos homens com a natureza, a partir da observação
da realidade que o cerca;
Conhecer
os processos de formação político-administrativo do município;
Conhecer
e diferenciar espaço natural geográfico;
Reconhecer
o ser humano como agente social que integra o espaço geográfico;
Analisar
o processo de construção histórico da região paraense.
HABILIDADES DA 5ª /6º ANO
Debater
sobre as transformações que os homens operam na natureza,
conhecendo e diferenciando o espaço natural e geográfico;
Trocar
idéias e informações, colaborando para a construção coletiva;
Identificar
e valorizar os indígenas de São Geraldo do Araguaia e regiões
vizinhas;
Identificar
os principais problemas sociais, econômicos e ambientais no
município;
Debater
as formas de colonização da região Amazônica;
Identificar
as diferentes formas da regionalização do espaço Amazônico;
Identificar
as causas e conseqüências ocorridas no processo de ocupação do
Pará;
Resgatar
a importância da diversidade étnica formação cultural do espaço
paraense;
Demonstrar
a importância cultural de índio, negro e branco no crescimento e
desenvolvimento regional.
EIXOS
NORTEADORES
Espaço
geográfico amazônico
Conceito de espaço
geográfico
O trabalho do homem
constrói o espaço geográfico
Contextualização
da região sobre aspectos naturais, econômicos e sociais
Unidades da
federação formadora da região
Localização
geográfica
Amazônia segundo
IBGE. (contextualização)
Processo
de construção do espaço São Geraldense
Espaço geográfico
São Geraldense (localização, posição geográfica e
limetroficas)
Aspectos naturais
(relevo, vegetação, clima e hidrografia)
Origem de município
de São Geraldo
Lutas políticas no
processo de emancipação do município
Índios, os donos
da terra
Chegada do homem
branco: conflitos e perdas de identidade
Atividades
econômicas: castanha, agricultura, pecuária, garimpagem, madeira,
cacauicultura, pesca e cerâmica
Cultura
Patrimônios
históricos do município.
Impactos
sociais, econômicos e culturais
Impactos
ambientais do município
Poluição (da
água, ar, lixo, visual e sonora)
Desmatamento
e queimadas
Assoreamento dos
rios e córregos
COMPETÊNCIAS
DA 6ª /7º ANO
Refletir
sobre a relação dos homens com a natureza, a partir da observação
da realidade que o cerca;
Conhecer
os processos de formação político-administrativo do município;
Conhecer
e diferenciar espaço natural geográfico;
Reconhecer
o ser humano como agente social que integra o espaço geográfico;
Analisar
o processo de construção histórico da região paraense.
HABILIDADES
DA 5ª /6º ANO
Debater
sobre as transformações que os homens operam na natureza,
conhecendo e diferenciando o espaço natural e geográfico;
Trocar
idéias e informações, colaborando para a construção coletiva;
Identificar
e valorizar os indígenas de São Geraldo do Araguaia e regiões
vizinhas;
Identificar
os principais problemas sociais, econômicos e ambientais no
município;
Debater
as formas de colonização da região Amazônica;
Identificar
as diferentes formas da regionalização do espaço Amazônico;
Identificar
as causas e conseqüências ocorridas no processo de ocupação do
Pará;
Resgatar
a importância da diversidade étnica formação cultural do espaço
paraense;
Demonstrar
a importância cultural de índio, negro e branco no crescimento e
desenvolvimento regional.
EIXOS
NORTEADORES DA 6ª/7º ANO
Fundação
de Belém
Surgimento
Núcleos de
povoamentos
População
aumentou e tem características novas
Outros
setores econômicos, além do extrativismo da borracha
Belém.
A bela capital do Pará
Marcas de Belém da
época da borracha
Crescimento
excepcional em 50 anos
Importância
regional de Belém no período
Belém uma cidade
moderna
Classes sociais
Culturas:
diversidade crescimento
Amazônia
espaço e região
O
processo de construção do espaço regional
O espaço amazônico
de ontem
O espaço amazônico
de hoje
Sudan; - Suframa; -
Polamazônia
Programa de
Integração Nacional
Projeto Sivam
COMPETÊNCIAS DA
7ª/8º ANO
Identificar
as diferentes formas de relações econômicas do Espaço Amazônico;
Analisar
criticamente os principais problemas da Amazônia como região
exportadora de matéria-prima;
Analisar
criticamente a problemática decorrente do acelerado processo de
devastação da Amazônia;
Refletir
criticamente a política adotada pelo governo federal e a relação
de exploração e dominação da população e dos recursos naturais
da Amazônia.
HABILIDADES 7ª/
8º ANO
Correlacionar
os modos de produção do espaço amazônico: ontem e hoje;
Identificar
e relacionar os locais de transformação (agregação de valores
dos minerais);
Enumerar
as principais áreas de intensa atividade pecuarista na região;
Refletir
sobre o papel da Amazônia na divisão internacional do trabalho;
Conhecer
o seringueiro como personagem de nossa indispensável no processo de
construção de nossa região;
Identificar
os principais personagens da estrutura fundiária de nossa região;
ontem e hoje;
Analisar
geograficamente o processo de ocupação, exploração da Amazônia
e suas implicações sociais, ambientais, políticos e culturais;
Debater
as diversas formas de exploração da fauna e da flora da região
amazônica, levando em consideração o comércio ilegal da
biodiversidade no mercado interno e externo;
Identificar
os principais problemas ocasionados pelas ocupações desordenadas
dos espaços urbanos.
EIXOS NORTEADORES
DA 7ª/ 8° ANO
Amazônia
e suas relações econômicas
Produção
extrativa, a agricultura e pecuária na Amazônia
Borracha: da
atividade extrativa à heveacultura
Látex,
seringa, Hévea
Europeus
descobrem a borracha (séc. XVIII)
Do
uso artesanal até a grande indústria (séc. XIX)
Da
droga do sertão à borracha industrial
Seringueiro
Testemunha
conta; – atividade de seringueiro
Dia-a-dia
do seringueiro. Quem eram os seringueiros daquela época seringou e
organização
Geografia
dos seringais do Pará
Cacau:
do extrativismo á cacauicultura
Castanha
do Pará uma espécie em extinção
Outras
espécies vegetais nativas da Amazônia que passaram a ser
cultivadas
Cultura
asiática introduzidas na Amazônia
Gado
bovino, búfalo e pecuária empresarial
Atividade
madeireira, atividade garimpeira
Produção
industrial na Amazônia
Os
grandes projetos e a economia regional
Primeiro
projeto Manganês e projeto Jarí
Programa
grande Carajás – PGC
Impacto
e conseqüências dos grandes projetos
COMPETÊNCIAS DA
8ª/9º ANO
Identificar
as diferentes formas de relações econômicas do Espaço Amazônico
Analisar
criticamente os principais problemas da Amazônia como região
exportadora de matéria-prima
Analisar
criticamente a problemática decorrente do acelerado processo de
devastação da Amazônia
Refletir
criticamente a política adotada pelo governo federal e a relação
de exploração e dominação da população e dos recursos naturais
da Amazônia
HABILIDADES 8ª/9º
ANO
Correlacionar
os modos de produção do espaço amazônico: ontem e hoje;
Identificar
e relacionar os locais de transformação (agregação de valores
dos minerais);
Enumerar
as principais áreas de intensa atividade pecuarista na região;
Refletir
sobre o papel da Amazônia na divisão internacional do trabalho;
Conhecer
o seringueiro como personagem de nossa indispensável no processo de
construção de nossa região;
Identificar
os principais personagens da estrutura fundiária de nossa região;
ontem e hoje;
Analisar
geograficamente o processo de ocupação, exploração da Amazônia
e suas implicações sociais, ambientais, políticos e culturais;
Debater
as diversas formas de exploração da fauna e da flora da região
amazônica, levando em consideração o comercio ilegal da
biodiversidade no mercado interno e externo;
Identificar
os principais problemas ocasionados pelas ocupações desordenadas
dos espaços urbanos.
EIXOS NORTEADORES
DA 8ª/9º ANO
A
procriação da natureza e o meio ambiente
A
exploração capitalista e o meio ambiente
Agropecuária
Mineração
Produção
Produção
industrial
População
amazônica: uma sociedade produzindo seu espaço
Origem
e formação da população amazônica
Gente
que chega e impõe sua cultura
Da
opressão a resistência negra
Miscigenação
A
sociedade amazônica e a questão do preconceito
Espaço
agrário: expropriação e conflito
O
espaço agrário de ontem
Estrutura
agrária atual e seus personagens
Distribuindo
terras para controlar o espaço
Os
incentivos e a grandes empresas
Geografia
dos conflitos agrários na Amazônia
Espaço
urbano: a cidade e seus problemas
Cidades
amazônicas
Crescimento
urbano na Amazônia
O
espaço urbano e as desigualdades sociais
Ocupações
urbanas: problemas ou alternativas
Implantamento
de cidades e favelas
Problemas
urbanos
ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Esta proposta
baseia-se em conhecimentos históricos que tornam significativos para
os alunos, como saber escolar e social quando contribuem para que
eles reflitam sobre as vivências e as produções humanas,
materializadas no seu espaço de convívio direto e nas organizações
das sociedades de tempos e espaços diferentes, reconhecendo-as como
decorrentes de contradições e de regularidades históricas.
Nesse sentido,
propõem-se, para o ensino de Estudos Amazônicos conteúdos e
situações de aprendizagem que possibilitem aos alunos refletir
criticamente sobre as convivências e as obras humanas.
Propõe-se assim,
que os alunos conheçam e debatam as contradições, os conflitos, as
mudanças, as permanências, as diferenças e as semelhanças
existentes no interior das coletividades.
Essa abordagem
insere-se numa perspectiva de questionamentos da realidade organizada
desdobrando-se em conteúdos históricos que envolvem explicitações
e interpretações das ações de diferentes sujeitos.
Portanto para tais
ações são favorecidas assim as diferentes leituras de cunho
prático e teórico bem como: espaço de vivência, as diferentes
leituras de jornais e revistas, o debate sobre os problemas do bairro
ou da cidade, as pesquisas de cunho social e econômico entre a
população; identificação de diferentes propostas e compreensão
das mesmas para uma solução dos problemas além das estratégias de
intervenção sobre a realidade desse espaço e da realidade social.
AVALIAÇÃO
A avaliação será
um processo continuo e indispensável que busca verificar a qualidade
do aprendizado óbito pelo desempenho dos educados.
Porquanto, a
avaliação será desempenhada numa concepção transformadora e
libertadora, onde o educando construirá o seu próprio conhecimento
e auto-estima de forma crítica, participativa, reflexiva e criativa
através de uma corrente interacionista. Diante desse processo
utilizaremos os seguintes critérios:
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Belém, Secretaria
de Estado de Educação (serie Estante da Amazônia; Volume 2.
FSAM-
Fundação Serra das Andorinhas ou Martírio. 2006.
LOUREIRO, Violeta
RafKalefsky. 1998. Historia do Pará: Período da borracha aos dias
atuais.
MONTEIRO, Alcidema
et ali, 1987. O Espaço Amazônico: Sociedade e meio ambiente.
Belém: UFPA/NPI.
SEMA
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 2008.